História e dados

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DAS ENTRADAS E BANDEIRAS AOS DIAS ATUAIS

O Município de São Roque de Minas faz parte da região onde anteriormente habitavam os temidos Índios Cataguazes, (Catu-Aná ou Cataguás), que em 1675 foram dizimados pelo bandeirante Lourenço Castanho Taques.
Alojaram-se em suas terras, posteriormente, os negros escravos, fugidos das redondezas, que ali formaram os célebres quilombos, aproveitando as terras férteis da cabeceira do Rio São Francisco, então denominado “Cabrestos Grandes”. Esses negros viviam da agricultura, da pesca e da caça, e, durante longos anos resistiram ao domínio dos brancos. Somente em meados do século XVIII, possivelmente em 1758, Diogo Bueno da Fonseca, de ordem do então Governador das Gerais, conseguiu aniquilá-los em lutas sangrentas.
A partir dessa época, a região passou a ser povoada por mestiços e brancos provindos dos centros de mineração das vizinhanças, então em decadência.
O povoado surgiu como na maioria dos municípios brasileiros; da fé religiosa dos seus habitantes, que, em 1762 construíram uma capela em honra a São Roque, sob a liderança de Manoel Marques de Carvalho, o fundador da cidade. A capela localizava-se em terreno da fazenda de propriedade do fundador, onde hoje denomina-se Capela Vellha.
Posteriormente a fazenda foi vendida a Belarmino Rodrigues de Melo, que, em 1858, doou as terras que vieram a formar o patrimônio da futura cidade de São Roque de Minas. O povoado tomou o nome de São Roque.
A Paróquia de São Roque foi criado pela Lei Provincial nº 906 de 08-06-1858, então pertencente ao arcebispado de Mariana-MG
O Distrito de São Roque foi criado pela Lei Estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891, pertencente ao Município de Piumhi, onde o denominado povoado de São Roque passou à categoria de Vila de São Roque. Na Divisão Administrativa, em 1911, nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 01 de setembro de 1920, e na divisão administrativa do Estado, fixada pela Lei Estadual nº 843, de 07 de setembro de 1923, o referido distrito figura como integrante do Município de Piumhi; mantido o mesmo quadro na divisão administrativa de 1933, bem como nas divisões de 31 de dezembro de 1936 e 31 de dezembro de 1937, e também no anexo ao Decreto-lei Estadual nº 88, de 30 de março de 1938.
A Lei Orgânica Federal nº 311, de 02 de março de 1938 estabelece a criação de novos municípios, mas, somente em 17 de dezembro de 1938, por força do Decreto-Lei Estadual nº 148, criou-se o Município de Guia Lopes e a então Vila de São Roque, foi elevada à categoria de Sede do referido Município, desmembrando-se de Piumhi; o mesmo Decreto-lei criou também o Distrito de Serra da Canastra (ex-São João Batista da Serra da Canastra), cuja sede passou a denominar-se Vila de Serra da Canastra.
Em 01 de janeiro de 1939 é instalado solenemente o Município de Guia Lopes bem como o Distrito de Serra da Canastra.
A denominação de Guia Lopes, foi em homenagem a José Francisco Lopes, seu ilustre filho e bravo guia das tropas brasileiras durante a célebre “Retirada da Laguna”.
Na divisão judiciário-administrativa do Estado, estabelecido pelo mesmo Decreto-Lei Estadual nº 148, para vigorar no qüinqüênio 1939-1943, se apresenta o Município subdividido em 2 distritos: Guia Lopes (ex-São Roque), desligado do Município de Piumhi, e Serra da Canastra (ex-São João Batista da Serra da Canastra), desanexado do Município de Sacramento.
Segundo a divisão territorial do Estado, vigente em 1944-1948, e estatuída pelo Decreto-lei Estadual nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, o Município de Guia Lopes subdivide-se em 3 distritos: o da Sede (Guia Lopes) e o de Serra da Canastra e mais o de Vargem Bonita, cuja sede passou a denominar-se Vila de Vargem Bonita, sendo este criado pelo referido Decreto-lei nº 1.058, de 31 de dezembro de 1943, com território desmembrado do distrito-sede do próprio Município de Guia Lopes.
De conformidade com as divisões territoriais do Estado, em vigor nos qüinqüênios 1939-1843 e 1944-1948, e fixados, respectivamente, pelos Decretos-leis Estaduais nºs 148 de 17 de dezembro de 1938, e 1.058 de 31 de dezembro de 1943, o Município de Guia Lopes, criado pelo primeiro dos Decretos-Leis citados, subordina-se ao termo e à Comarca de Piumhi.
Guia Lopes foi elevada a sede de Comarca pela Lei Estadual nº 1.039 de 12 de dezembro de 1953, lei esta que criou também o Distrito de São José do Barreiro, cuja sede passou a denominar-se Vila de São José do Barreiro, pertencente ao então Município de Guia Lopes, cujo perímetro urbano e suburbano da mesma foi delimitado pela Lei Municipal nº 173 de 12 de janeiro de 1954.
Em 13 de Junho de 1954 é instalado solenemente o Distrito de São José do Barreiro.
Após um plebiscito popular realizado em 1962, o Município de Guia Lopes, por força da Lei Estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, teve sua denominação alterada para São Roque de Minas. (São Roque de Minas, para diferenciar do Município já existente de São Roque, sede do mesmo nome, no Estado de São Paulo
José Francisco Lopes
O Guia Lopes

Nasceu na hoje Fazenda Tamanca (pesque-pague Garça Branca, de propriedade de João Arantes de Faria Neto – João do Zacarias), zona rural no município de São Roque de Minas-MG,  localizada no quilômetro 6, da estrada secundária, São Roque de Minas/Vargem Bonita, em 26 de fevereiro de 1811, filho de Antônio Francisco Lopes e de Teotônia Joaquina de Souza Neta. A fazenda onde nasceu foi de propriedade da família Lopes até o final do século XIX, quando então foi transferida para a família Arantes que a mantém até hoje.
José Francisco Lopes, o “Guia Lopes”, ilustre filho de São Roque de Minas e bravo guia das tropas brasileiras durante a célebre “Retirada da Laguna”, foi bartizado em Piumhi-MG, conforme transcrito na íntegra a sua Certidão de Batismo:
“Paróquia de Nossa Senhora do Livramento de Piumhi-MG – Certidão de Batismo de José Francisco Lopes. Livro de Registros de Batismos nº 1, primeiro caderno, páginas 43 e vº: ‘Aos 7 de maio de 1911, batizei e pus os santos óleos a José Párvulo, nascido a 26 de fevereiro, filho legítimo de Antônio Francisco Lopes e Teotônia Joaquina de Souza Neta; pela parte paterna, de Manoel Francisco Lopes, natural de Portugal e de Joana da Costa Ribeiro, natural da Freguezia de Itabira; pela parte materna, de Joaquim de Souza Costa, natural de Itaverava e de Teotônia Maria das Neves, natural de Curral Del-Rey. Foram padrinhos: Francisco de Paula Machado e Maria Felícia de Jesus, solteiros, filhos do furriel Antônio Vicente Machado, todos desta freguezia. Para constar, fiz este assento. O Vigário: Vicente Inácio da Silva”
Ainda jovem transferiu-se com sua família para o Mato Grosso do Sul, em área próxima ao Paraguai. Na fazenda da família, de nome Jardim, dedicaram-se à pecuária. Por ser o local ainda ocupado por povos indígenas, a criação de gado se fazia de forma extensiva, o que permitiu que José Francisco Lopes e seus irmãos se tornassem profundos conhecedores da região que seria o palco da Guerra do Paraguai.
Por viverem em uma área isolada e desprotegida, logo no início dos conflitos, em 1864, após uma incursão dos paraguaios pelo território brasileiro, as tropas sequestraram a esposa e os quatro filhos de José Francisco Lopes, levando-os presos para aquele país.
Tomado por um sentimento de vingança, José Francisco Lopes alistou-se voluntariamente no Exército brasileiro para guiar as tropas que iniciavam uma ofensiva por terra ao território paraguaio. As tropas, vindas do Rio de Janeiro, tendo recebido reforços de Uberaba, encontraram várias cidades do sul mato-grossense abandonadas, entre elas Coxim e Miranda. Ademais, após tamanha caminhada, ao chegarem aos limites do território brasileiro, já se encontravam exaustos e fragilizados. José Francisco Lopes abriu mão do gado da família para alimentá-los.
Assim, chefiadas por Carlos de Morais Camisão e guiadas por Lopes, as tropas brasileiras conseguiram penetrar no território paraguaio até Laguna, em abril de 1867. Sem alimentos e atormentadas por cólera, tifo e beribéri, os brasileiros foram obrigados a fugir, perseguidos de perto pelos paraguaios. A ofensiva, em que José Francisco Lopes desejava resgatar sua família, revelou-se um fracasso.
Na fuga, no entanto, a atuação de Lopes guiando as tropas brasileiras foi importantíssima para impedir que os soldados fossem todos massacrados pelos paraguaios, que utilizavam táticas indígenas de guerra. O Guia Lopes mostrou os caminhos aos soldados brasileiros pelas terras sul-mato-grossenses e despistou o inimigo em um terreno de difícil acesso neste episódio, chamado de Retirada da Laguna. Entre os brasileiros estava o Visconde de Taunay, que mais tarde escreveria um livro sobre o assunto.
Os brasileiros novamente sofreram com uma epidemia de cólera e Lopes também adoeceu. De qualquer forma, segundo o Exército, José Francisco Lopes foi um herói até o último dia de sua vida. Mesmo agonizante, ainda guiava a marcha. E negava-se a se poupar, porque “ninguém contraria a vontade de Deus”. “Saibamos morrer; os sobreviventes dirão o que fizemos”, disse. Faleceu às margens do rio Miranda, hoje município de Jardim-MS, em 27 de maio de 1867, sendo enterrado ali mesmo; esse lugar hoje é chamadde Cemitério dos Heróis.
Dos três mil soldados brasileiros, somente setecentos sobreviveram, mas poderiam ter morrido todos sem Guia Lopes.

Laguna: Consagração do Herói

Foi por sua providencial e decisiva participação num dos mais dramáticos episódios da Guerra do Paraguai, em 1867, que José Francisco Lopes (1811-1867) entrou para a galeria dos heróis cultuados pelo Exército Brasileiro, e conquistou seu lugar nas páginas da história do Brasil.
Cronologia da atuação do Guia Lopes. O ano é 1867
1º de janeiro – Nomeado pelo governo do Mato Grosso, o coronel Carlos de Morais Camisão assume o comando das forças que deveriam atuar sobre o Alto Paraguai;
24 de janeiro – A tropa chega à vila de Nioac e José Francisco Lopes oferece-se para acompanhá-la como guia. É aceito e logo ganha a confiança do coronel Camisão, tornando-se seu conselheiro;
25 de fevereiro – A força marcha sobre a fronteira paraguaia. Forma-se o Conselho de Guerra;
25 de março – O Guia Lopes, em companhia de um grupo de índios Terenas e Guaicurus parte em missão de reconhecimento do terreno. No retorno desta expedição recebe o notícia de que seu filho havia escapado dos paraguaios e viera juntar-se às tropas, após dois anos de cativeiro. O reencontro de pai e filho emociona a todos;
19 de abril – A tropa brasileira tem o primeiro choque com os paraguaios, coloca-os em fuga e vai acampar às margens do rio Apa, na fronteira;
20 de abril – Os brasileiros tomam a fazenda Machorra, propriedade que o ditador Solano Lopez mantinha em terras brasileiras;
21 de abril – Os inimigos recuam, os brasileiros cruzam a fronteira e tomam o Forte de Bela Vista. Há uma troca de mensagens entre os dois exércitos. Os paraguaios referem-se ao coronel Camisão como Crânio Pelado;
1º de maio – Os brasileiros entram na fazenda Laguna, propriedade também pertencente a Solano Lopez, que havia sido incendiada e abandonada pelos paraguaios;
4 de maio – Começam a faltar alimentos para os soldados. O mascate italiano Miguel Arcanjo Saraco chega ao acampamento conduzindo duas carretas de víveres que são insuficientes. Os brasileiros, apesar disto forçam e tomam um acampamento paraguaio, mas sofrem baixas consideráveis;
8 de maio – Acirram-se os combates e crescem as dificuldades. A coluna começa a recuar sobre o rio Apa, já em retirada. É completamente envolvida pelos inimigos.
11 de maio – O filho de Lopes é ferido;
13 de maio – Os choques ficam cada vez mais violentos e incêndios na vegetação põe em risco a vida da tropa que recua;
18 de maio – Chove torrencialmente. Os soldados comem a carne dos cachorros da tropa. Estão maltrapilhos e debilitados. Arrastam-se pelo solo alagadiço sob tiroteio cerrado. Um boi é devorado cru pelos soldados. Novo drama: surge uma epidemia de cólera;
21 de maio – Meia légua apenas fora vencida desde o dia 19. Agora começa a faltar água.
22 de maio – O coronel Camisão envia mensagem à Nioac e pede ajuda;
22 de maio – Chuva pesada. Mais soldados morrem da peste. O frio fustiga. À noite, passado o temporal, a tropa se alimenta de palmitos colhidos pelo Guia Lopes;
25 de maio – A peste mata mais vinte. Diante do estado de fadiga da tropa e da impossibilidade de transportar os enfermos, o coronel dá a ordem de abandoná-los em uma clareira. “Compaixão para com os coléricos” – pedia o cartaz deixado pelos brasileiros junto aos que ficaram;
26 de maio – De cólera morre o filho de Lopes. A fazenda Jardim estava próxima. O Guia e o comandante também são contaminados pela doença;
27 de maio – A tropa entra em terreno seguro, a Jardim, propriedade de Lopes que morre ha meia légua de sua casa. É enterrado às margens do rio Miranda. A expedição ou o que restava dela, estava salva.
Homenagem
Foi homenageado no nome da cidade ali erguida, palco da dramática travessia do rio miranda, rebatizada como Guia Lopes da Laguna; apesar da primeira invasão paraguaia e do ataque das forças paraguaias a coluna do Cel Camisão, essa região continuou a pertencer ao Brasil, Mato Grosso do Sul.
São Roque de Minas – Terra onde nasceu
Por ocasião da emancipação do então distrito de São Roque, através do Decreto-Lei Estadual nº 148 de 17 de dezembro de 1938, o novo muncípio foi denominado Guia Lopes, nome este que permaneceu até 29 de dezembro de 1962, quando, após um prebiscito popular promovido pelo TRE-MG, o nome do município foi alterado para São Roque de Minas, conforme disposto na Lei Estadual nº 2.764 de 30-12-1962
Também é nome de via pública (Rua Guia Lopes); Escola (Escola Municipal Guia Lopes) e pousada (Estalagem Guia Lopes).
Na Praça da Matriz, lado direito à frente da Igreja Matriz de São Roque existe o “Altar da Pátria”, erigido pelo município em 1967, como marco no centenário da retirada da laguna, por ocasião da passagem nesta cidade, do “Fogo Simbólico da Pátria”, numa promoção do Exército Brasileiro, cuja tocha  percorreu todo o trajeto das tropas guiadas por Lopes. Nesta ocasião o município foi agraciado com uma medalha cunhada com o  bronze dos canhões utilizados na Guerra do Paraguai.
No altar da pátria está cravado uma placa de bronze, sobre mosáico do mapa de Minas Gerais, na qual se lê:
“Altar da Pátria – Ao ensejo da inauguração deste monumento e da passagem do Fogo Simbólico da Pátria, por estas plagas que viram nascer o grande José Francisco Lopes, o guia das tropas brasileiras, o povo rende sua homenagem aos heróis, erigindo esta lápide pela comemoração do centenário da Retirada da Lagua. São Roque de Minas, 21-6-1967 – Sendo Prefeito: José Morais de Oliveira”.RESUMO DE DATAS E LEIS  1675 – Os temidos índios cataguazes, primeiros habitantes da região, foram dizimados pelo bandeirante Lourenço Castanho Taques;
1758 – Diogo Bueno da Fonseca, de ordem do então Governador das Gerais, conseguiu aniquilar em lutas sangrentas, os negros escravos, fugitivos das redondezas e que formaram junto às cabeceiras do Rio São Francisco, os célebres quilombos;
1762 – Manoel Marques de Carvalho funda a cidade de São Roque de Minas, erigindo em terras de sua fazenda, uma capela em honra a São Roque, a qual fica pertencendo à freguesia de Piumhi;
26 de fevereiro de 1811 – Nasce, na Fazenda Tamanca, então Município de Piumhi, hoje Município de São Roque de Minas-MG, José Francisco Lopes, o Guia Lopes:
1802 – A capela de São Roque passa a pertencer à freguesia de Bambui;
1823 – Os paroquianos dirigem veemente apelo ao Bispo de Mariana, pedindo que fique a capela novamente subordinada à freguesia de Piumhi;
1825 – Dom Frei José da Santíssima Trindade, em visita pastoral à capela, lavra a decisão determinando fique o templo subordinado à freguesia de Piumhi;
1858 – Belarmino Rodrigues de Melo que adquiriu a fazenda, anteriormente pertencente ao fundador da cidade, Manoel Marque de Carvalho, doa as terras que vieram a formar o patrimônio da futura cidade de São Roque de Minas;
08 de junho de 1858 – Pela Lei Provincial nº 906, foi criada a Paróquia de São Roque, pertencente ao arcebispado de Mariana-MG
14 de setembro de 1891 – A Lei Estadual nº 2, cria o Distrito de São Roque, pertencente ao Município de Piumhi.
02 de março de 1938 – A Lei Orgânica Federal nº 311, estabelece a criação de novos municípios;
17 de dezembro de 1938 – Pelo Decreto-Lei Estadual nº 148, o Distrito de São Roque, foi elevado à categoria de Município, desmembrando-se do Município de Piumhi, com a denominação de Guia Lopes; a mesma lei cria o Distrito de Serra da  Canastra;
01 de janeiro de 1939 – Foi instalado solenemente o Município de Guia Lopes. Neste mesmo dia foi também instalado o Distrito de Serra da Canastra (São João Batista);
31 de dezembro de 1943 – Pelo Decreto-Lei Estadual nº 1058 foi criado o Distrito de Vargem Bonita;
12 de dezembro de 1953 – Pela Lei Estadual nº 1039 foi criada a Comarca de Guia Lopes, bem como também o Distrito de São José do Barreiro;
13 de junho de 1954 – Foi instalado o Distrito de São José do Barreiro (Boqueirão);
30 de dezembro de 1962 – Pela Lei Estadual nº 2764 foi alterado o nome do município de Guia Lopes para São Roque de Minas; isto ocorreu após a realização de um plebiscito popular;

Sua população em 2010 era de 6.686 habitantes.

Cultura

São Roque de Minas é uma cidade tipicamente mineira com traços culturais influenciados por portugueses e italianos, que são percebidos na sua religiosidade, culinária, arquitetura, agricultura e no modo de falar dos habitantes locais.

O queijo canastra, patrimônio nacional, é produzido há mais de 200 anos na região pelos primeiros colonizadores portugueses que chegaram ao local, sendo um prato típico e indispensável na mesa dos moradores da região da Serra da Canastra.[8]

São vários os causos e lendas contadas pela população local, a mais famosa delas é a Lenda da Zagaia, que é uma antiga fazenda localizada no chapadão da Zagaia no qual tropeiros que passavam pelo local conduzindo suas boiadas permaneciam lá para pernoitarem. Porém, no meio da noite, eram surpreendidos por uma armadilha de madeira e pontas de ferro que ficava escondida no forro do teto da casa, despencando e matando os que dormiam no local.[9][10]

Turismo

Uma das entradas do Parque Nacional da Serra da Canastra, São Roque de Minas tem várias atrações naturais, com destaque para a Cachoeira Casca d´Anta, com 186 metros de queda. Outras atrações são a Cachoeiras Antônio Ricardo e o Poço das Orquídeas. Outras cachoeiras como Capão Forro e Cachoeira do Nego são procuradas para a prática de rapel e o canionismo.

No distrito São José do Barreiro, próximo da Cachoeira Casca d´Anta, os visitantes fazem trilhas e procuram as piscinas do Rio São Francisco.

Outro local procurado é o Vale do Córrego da Lavra, cristalino afluente do São Francisco, com as cachoeiras da Lavra e Lavrinha [11]. O município de São Roque de Minas (ex-Guia Lopes) faz parte da região onde, conforme o historiador Diogo de Vasconcelos, no passado habitavam os índios cataguazes (catu-Aná), que em 1675 foram eliminados pelo bandeirante Lourenço Castanho. Nestas terras, foram alojados os negros escravos fugidos das redondezas, que com o tempo, formaram os célebres quilombos, aproveitando as terras férteis da cabeceira do Rio São Francisco. Os ex-escravos viviam agora da agricultura, da pesca e da caça, e durante longos anos resistiram ao domínio do homem branco. No meado do século XVIII, acreditasse que em 1758, Diogo Bueno da Fonseca, de ordem do então Governador das Gerais, aniquilou os ex-escravos em lutas sangrentas. Depois deste massacre, estas terras passaram a ser habitadas por mestiços e brancos provindos dos centros de mineração, das vizinhanças então em decadência.

O povoado de São Roque de Minas surgiu, como a maioria dos municípios brasileiros, devido à fé dos seus habitantes, que construíram uma capela em honra a São Roque.

O município foi criado em 17 de dezembro de 1938, Lei 148, com o nome de Guia Lopes (em homenagem a José Francisco Lopes, seu filho mais ilustre, herói da Retirada de Laguna, bravo guia das tropas brasileiras) desmembrado de Piumhi. Que em 30 de dezembro de 1962, passou a ser conhecida por São Roque de Minas, em plebiscito democrático. Serra da Canastra

Localizada em São Roque de Minas – MG. A 320 Km de Belo Horizonte e 550 Km de São Paulo, possuindo uma área de 71.525h, com 173Km de perímetro. Local por onde passa o Rio São Francisco, qual conforme estudos recentes, têm sua nascente real e geográfica localizada no município de MedeirosMinas Gerais. Na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, encontra-se a aproximadamente 1200 metros de altitude a chamada nascente histórica, a qual por muito tempo se pensou ser a nascente real. Conhecido como rio da unidade nacional, que em sua primeira queda despenca de uma escarpa da serra de 186 metros de altura formando a Cachoeira Casca D´Anta e percorrendo quase 3.000 Km banhando cinco estado do Brasil e desaguando no mar entre Alagoas e Sergipe.

A Serra da Canastra é belíssima. Ao percorrer o parque nacional da Serra da Canastra, o visitante irá se deparar com uma fonte inesgotável de novidades e surpresa, conta com mais de 30 cachoeiras no parque e no seu entorno, formam duchas e piscinas naturais, com uma rica fauna que contém entre outros o pato mergulhão, lobo-guará, tamanduá bandeira, gavião caracará, veado campeiro, muito destes em vias de extinção. A vegetação do parque é típica do cerrado, campos rupestres com manchas que indicam ser uma zona de transição entre o primeiro e Mata Atlântica. Neste cenário é possível observar espécies como a fruta-do-lobo, pau-santo, lixeira, pau de colher, abundantes orquídeas e bromélias, canelas de ema e outros. A vegetação do parque é composta por campos de altitudes, matas ciliares e cerrado na parte oeste. Acima de 1.200m, no alto da Casca D´Anta, vicejam arnicas, canela de ema e outras vegetações rupestres. A apenas 6,5Km da Portaria I do Parque. De determinados locais, a vista da Serra, circunda por escarpas, se assemelhando a um baú ou canastra. Daí o topônimo. A região não tem extremos de temperatura: em julho a mínima é de 17ºC e em janeiro a máxima é de 31ºC. O Parque Nacional da Serra da Canastra está situado na região sudeste do Estado de Minas Gerais, entre os meridianos 46º15´W e 47º00´W e os paralelos 20º00´S e 20º30´S. Abrange parte dos Municípios de São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis, compreendendo uma área de 71.525 há, delineada por um perímetro de 173,4 Km.

As manifestações mais representativas de segmentos da sociedade mineira com relação à criação de um parque na serra da Canastra datam de 1971, dentro do qual ficariam protegidos a vegetação e a fauna característica daquela região, e principalmente, as nascentes e áreas da bacia hidrográfica do rio São Francisco.

Através do requerimento nº 109, a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais aprovou a necessidade da criação do parque Nacional da Serra da Canastra, em 1971, e logo no início do ano seguinte, 1972, o Superintendente da SUDENE declarava: “Considerando que o referido Parque seria o único existente nas regiões do médio e alto São Francisco, sua importância parece-nos plenamente justificável pelos múltiplos fins de proteção à flora, fauna, conservação do solo, conservação das reservas de água e recreação”. O Decreto-Lei nº 1.207, de sete de fevereiro de 1972, que criou o Parque Nacional para o Vale do São Francisco (PROVALE), dava ao antigo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) a incumbência de promover a proteção das nascentes históricas e geográficas do rio São Francisco e de áreas de sua bacia hidrográfica, mediante a implantação de projetos de reflorestamento e criação de parques Nacionais.

Em 1977, para fins de demarcação topográfica delimitou uma área de 71.525 ha., e o perímetro de 173,4 Km.

Acesso à Serra da Canastra

Nascente do rio São Francisco em São Roque de Minas

Nascente do Rio São Francisco

O acesso ao Parque Nacional da Serra da Canastra se dá por via terrestre, utilizando-se rodovias que interligam a região do Triângulo Mineiro e as capitais dos Estados de Minas Gerais e São Paulo. Partindo de Belo Horizonte, o acesso pode ser feito através da MG-050, que tem seu entroncamento com a BR-381 em Betim, passando por Divinópolis, Formiga e Piumhi. De Piumhi, por uma estrada asfaltada (MG-341), chega-se a São Roque de Minas, sede municipal mais próxima do parque, distante cerca de 7 Km da entrada principal (portaria I). O conselho que é dado ao visitante do Parque Nacional da Serra da Canastra é que não deixe nada além de pegadas. Não mate nada além do tempo. Não leve nada além de fotografias. Não queime nada além de calorias.

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